Desaceleração econômica afeta consumo catarinense
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Pesquisa divulgada nesta quarta-feira (23) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de SC e (Fecomércio) e pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), revela que a desaceleração da economia brasileira parece finalmente impactar na intenção de consumo das famílias catarinenses (ICF).
Divulgado todos os meses, o Índice de Consumo das Famílias (ICF) apontou queda de 3,2% em novembro passando dos 140 pontos de outubro para os atuais 135,5 pontos. Segundo a Fecomércio, o fato está ancorado em fatores como as piores condições da renda, a o crédito mais caro e a perspectiva de consumo futuro. Porém, apesar da queda mensal, o índice apresenta um expressivo crescimento anual 8,7%, já que em novembro de 2010 o índice estava no patamar dos 124,6 pontos.
Ao se analisar o emprego, a renda e o consumo atual, na comparação mensal o índice de emprego apresentou crescimento de 2,8%. Já as outras duas variáveis registraram queda mensal de 4% na renda atual e 13,4% no consumo atual. Este movimento de desaceleração já era registrado desde agosto no restante do país e chega agora à região Sul do país.
Na avaliação da Fecomércio, o que explica a queda no consumo é a perda de dinamismo no mercado de trabalho catarinense verificada mês a mês. De janeiro a outubro de 2011 a economia catarinense gerou 22,1% menos vagas de emprego do que no mesmo período de 2010.
Entretanto, apesar do menor número de empregos, o saldo de contratações continua positivo em 2011, com geração de 88.439 novos postos de trabalho, o que explica o crescimento na comparação anual destes mesmos indicadores. O emprego cresceu 3,3%, a renda atual 5,6% e o consumo atual 0,6%.
A variável que avalia a perspectiva profissional foi a que apresentou a maior queda anual dentro do índice, caindo 2,3% na comparação mensal e 20,2% em relação a novembro de 2010. Para a Fecomércio, o que explica a baixa perspectiva profissional dos catarinenses é justamente um dos principais problemas atuais do mercado profissional: a falta de trabalhadores qualificados.
O acesso ao crédito, outro indicador de consumo medido pelo ICF, também apresentou queda mensal de 4,2%. Apesar da queda, o índice continua elevado, o que demonstra que os consumidores catarinenses, mesmo com as medidas macroprudenciais adotadas pelo Banco Central desde o início do ano, ainda estão tendo facilidade no acesso ao crédito.
A perspectiva de consumo futura foi outro índice que apresentou tanto queda mensal quanto anual caindo 1,6% mensalmente e 4,3% anualmente, o que também evidencia a desaceleração do mercado de trabalho, fato que na avaliação da Fecomércio, indica um mês de dezembro com crescimento das vendas não tão grande como o de 2010.
No entanto, na avaliação da Fecomércio não há motivos para preocupação demasiada com as vendas de Natal, já que o índice continua elevado, o que promete garantir um bom resultado para o comércio no fim de ano.
Além disso, desde agosto a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) vem caindo e no início de novembro o Banco Central revisou as medidas macroprudenciais, facilitando a concessão de crédito, o que podefazer com que a desaceleração seja estagnada a partir do início de 2012.
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